quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

A eternidade dos meus dezessete anos.

Ontem eu ainda tropeçava nos meus próprios passos.

O mundo passava numa rapidez tão lenta, que eu não percebia o quanto eu estava crescendo.

E ele (o mundo), tão generoso que só, abria todas as suas portas, me acolhendo como a mãe que abraça um filho.

O tempo passou depressa... Tão depressa que só me dei conta quando finalmente abri minhas asas e ensaiei meus pequenos vôos.

Como uma borboleta, estou pronta pra voar na imensidão do céu azul, e contrastar com minhas cores nos quatro cantos desse mundo.

Meus pequenos grandes sonhos de criança deram lugar a grandes sonhos de um ser tão indefeso quanto um bebê, mas também tão grande e forte quanto o gigante em seu pé de feijão.

Esse mundo novo, cheio de recém descobertas me atrai.

Estou caminhando pro meu futuro, e crescendo como pessoa, porém, continuo sendo aquela pequena Colombina.

E apesar do medo, não me importo... Eles se perdem na imensidão do meu sorriso.

Por: Isabela Oliveira (Menina Colombina)


'Maravilha, juventude
Pobre de mim, pobre de nós
Via Láctea, brilha por nós
Vidas pequenas na esquina...'

Linda Juventude, 14 Bis (EU AMO MPB)

O antes e o depois.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

A Máscara da Verdade

Em frente ao espelho dentro do camarim. Luzes acendendo, vidas se apagando. O relógio toca. Tenho alguns minutos antes de entrar no palco. Representar a própria vida não é fácil. Entre tantos atores, tantas idades, tantas passagens. Entre tanta alegria e tristeza existem as máscaras. O Baile de Máscaras que acontece nos bastidores é esplêndido. Você encontra tudo o que imagina: Caras e bocas, expressões, roupas. O que seria do Pierrot sem a sua lágrima, da Colombina sem sua ironia? Um palhaço sem o riso, um Arlequim sem o charme, um Vilão sem choro, Mocinho sem a Coragem e Mocinha sem seu amor? A vida sem a sua essência. E nesses minutos que passaram, pensei e decidi. Nesse palco eu entro sem máscaras, sem maquiagem e sem fantasia. Entro para viver a minha vida de frente sem me esconder por trás de caprichos fúteis e medos inúteis. Sem a vergonha de ser quem sou, com a cara e a coragem. E no fim, quando estiver recebendo os aplausos de pé, sairei andando pelos bastidores e irei ver que mesmo não trajando fantasia, ou com alguma maquiagem, estarei vestindo uma máscara. Uma máscara invejada por muitos e conquistada por poucos. A Máscara da Verdade. "A mesma máscara negra que esconde seu rosto, eu quero matar a saudade..."

Por: Isabela Oliveira (Menina Colombina)

Ps: Sim, sou eu na foto.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

O travesseiro de espuma.



Enquanto no céu a Lua e seus pingos de luz serviam de inspiração aos poetas, aqui na ‘Terra’, as minhas forças e inspirações vinham das lágrimas que escorriam em um travesseiro.

Recheado de espuma, ele se fez coração e escutou todos os meus lamentos.

Filho de Morfeu, que com seu beijo macio, acalentava minhas noites de sonhos.

Sonhos de toda uma vida curta que compartilhei com meu pequeno diário de pano.

Seu calor sobre mim substituiu todas as palavras de conforto que um dia eu precisei ouvir.

Era no aperto de meus braços que ele se fez companheiro, confidente e amigo, tão amigo que jamais encontrei alguém como tal.

E com um sorriso florido, me esperou como um pai zeloso em todas as noites que precisei de alguém.

Ah, como eu queria que você tivesse braços pra eu me afogar em seus abraços nas noites em fim.


Por: Isabela Oliveira (Menina Colombina)

Ensaio sobre a solidão e insignificância da vida – Poste de Luz



Ninguém nunca percebeu sua presença. Talvez pra algumas pessoas, ele nunca existiu.
Sua importância, aparentemente, é quase nula.
Ao seu redor, o mundo entra em revolução.
A vida avança mais uma vez em seu estágio mais belo, e ele outra vez (como tantas outras), é esquecido. Chegam os Ventos de Outubro que percorrem todo o seu cumprimento num abraço gelado e sem vida, cheio de calor e esperança (foi o seu primeiro e único abraço sincero).
Esperança que é jogada fora quando chegam os dias frios de Dezembro.
Luzes, festas, presentes... E ele continua anônimo entre a multidão, mas sempre exalando um brilho sem cor, insignificante aos olhos dos outros.
Cai à chuva, surgem às flores.
Uma música muda no ar.
Até que anoitece. E dessa vez foi diferente.
Sua forma gelada foi descoberta.
E entre olhares de reprovação e raiva, alguém diz:
- Que escuro! A luz do poste queimou.
Um poste... Simples poste, que do alto do seu anonimato, iluminava as noites de quem jamais havia percebido.
Um poste... Simples poste de concreto, sem cor, sem calor, sem textura, sem vida.
Aquele que ajuda sem ser notado.
Objeto antagônico de vidas e mais vidas jogadas aos ralos.
Um mero poste de luz. Ninguém vai perceber sua importância, ou até mesmo sua existência... Até o dia em que ele finalmente se apagar.


Por: Isabela Oliveira (Menina Colombina)

Ps: Talvez esse texto seja o meu filho mais ilustre.
Ps²: Todos esses textos são de minha autoria, acredite!

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

E comece o ESPETÁCULO

Senhoras e senhores , palmas:
Esqueçam o que eu já disse, e que comece o show.
O que é a verdade?
Hora, como já diziam, a verdade é uma mentira bem contada.Mas assim como todas as mentiras, um dia ela cai sobre sua cabeça, despedaçando-se em mil pedaços.E você, um grande idiota, se abaixa vergonhosamente para pegar os poucos cacos que sobram no chão.
Mas por que se humilhar tanto?
Eis uma questão que eu gostaria de ter resposta.
Por que sermos submissos a nossa própria desgraça?
Jogar os cacos embaixo do tapete não adiantaria muito...
Um dia você tropeça na sua própria vergonha, e tudo vem a tona novamente.
O que fazer?
Talvez ficar jogado à própria sorte (oh...sorte...isso existe?!), até alguém com pena vir te ajudar por caridade.
QUE SE FODA A CARIDADE
QUE SE FODA OS SENTIMENTOS
QUE SE FODA MINHA VERGONHA
QUE SE FODA A SUA VERDADE
Máscaras...máscaras e mais máscaras.
Separam o mundo real da fantasia...mais qual é o mundo real?
Você acaba de se dar conta que sua vida é uma fantasia.
Quem está ao seu lado são meros andróides controlados por chips implantados em seus cérebros, com uma mera mensagem que se repete a cada segundo e corrói seus circuitos:
ILUDIR, SE APROVEITAR
ILUDIR, SE APROVEITAR
ILUDIR, SE APROVEITAR
Até que você abre os olhos...e pensa que é um pesadelo.
Vai em direção a porta, abre seu quarto...e vê que o seu pesadelo, perto do real, foi apenas um doce sonho de verão.

Por: Isabela Oliveira (Menina Colombina)

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Lápis de Cor, a vida numa Aquarela




Uma caixa empoeirada que foi guardada na gaveta.

Dentro dela, um lápis de cor.

Rei dos meus sonhos, idealizador dos meus anseios.

Pequeno objeto, onde eu espelhava todas as minhas expectativas em cores de emoções.

Enquanto eu pintava e apagava, brincando de ser Deus dos meus sonhos, o tempo lá fora passava.

Tempo que não apagou meus sentimentos pintados de verde esperança.

Grande esperança que encantou meu mundo de imperfeições, fazendo da minha vida uma aquarela de sentimentos.

Lápis que foi gasto, apontado e desapontado, e em cada risco traçado, fazia o caminho inverso no papel:

- Ele diminuía, enquanto eu, eterna criança, crescia para o mundo.

E mesmo esquecido naquela caixinha de colorir, nos seus últimos suspiros de cor, coloriu meus sonhos mais doces.

Pontinha cheia de vida, esquecida na gaveta.

Vida cheia de alegrias na pontinha do giz.

Meu lado criança, que novamente acordou, sendo feliz outra vez, resumindo toda a minha existência a um ‘simples’ lápis de cor.


Por: Isabela Oliveira (Menina Colombina)

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Subentendido


Durante noites, abraçada com meu travesseiro, derramei lágrimas na incerteza de uma resposta.

Uma resposta que veio como um tiro a queima-roupa.

Naquela noite o tempo parou. Diante dos meus olhos, o claro se fez escuro e o silêncio era ensurdecedor.

Uma lágrima ardente rolava em minha face, caindo no que me restava de coração.

Cenas de filmes que protagonizei me passavam pela cabeça, num misto de alegria e infelicidade.

Um sonho acabava de ser desfeito, e com ele, grandes planos e sonhos iam escorrendo pelos ralos.

Ainda não entendia o porquê.

Cada passo dado me trazia lembranças alguns dos momentos mais lindos que eu já havia vivido, e que foram perdidos em pontas de agulhas de cor.

Como se nunca tivessem existido... Como se fossem sonhos de uma noite de verão, em algum lugar ao Norte.

E enquanto eu apenas existo, espero que a essa luz que tanto me aqueceu, volte a se acender.

Ou então, pedirei com todas as minhas forças, que a escuridão me leve de vez.

Por: Isabela Oliveira (Menina Colombina).


Os Pierrots também nos fazem chorar.